quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

IRRA, HÁ-DE CAIR MESMO...


Carta escrita em S. Paulo no dia 15 de Dezembro de 1962, de «madrugada, para conservar as tradições…»

Ainda, e sempre, o mesmo desespero:

«A dois de Janeiro farei a façanha de entrar nos 40 anos. Desejo profundamente que esta chateação de estar vivo não se prolongue por muito mais. Começo a estar farto.»

Também a esperança de um qualquer muro vir a desabar:

«Sou apenas um pobre solitário às cabeçadas e aos pontapés contra uma parede de granito com dezenas de metros de altura; simplesmente, estou convencido que os meus pontapés e as minhas cabeçadas hão-de ajudar a fazer cair um dia esse maldito muro, mesmo que eu já não assista à queda dele. E, afinal, que importância tem que eu assista ou não? O muro há-de cair, essa é a minha ceteza. Irra, há-de cair mesmo…»

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