terça-feira, 5 de dezembro de 2017

OLHAR AS CAPAS


Retratos de Sombra

António Mega Ferreira
Capa: polaroid de Ilda David
Assírio & Alvim, Lisboa, Maio de 2003

E, no entanto, Marguerite Yourcenar não se encerrara num esplêndido isolamento, que fosse indiferente ao destino dos homens: «É evidente que desejaria transformar o mundo. Sobretudo, porque gostaria que os homens fossem mais lúcidos e se preocupassem mais em tornar a vida suportável do que em complica-la». Por isso interessava-a mais a destruição das coisas, da Natureza, do ambiente, do que as reviravoltas da memória humana: «Sem dúvida, cada país, casa povo, cada Governo, tenta dar da História uma certa imagem que lhe convém. Nesse sentido, pode falar-se de uma certa falsificação da memória, mas não creio que, a não ser em casos-limite, o Poder seja necessariamente inconciliável com a necessidade de preservação do passado na memória humana».

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