sexta-feira, 6 de outubro de 2017

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lA 27 de Agosto de 1950, Cesare Pavese suicidava-se num hotel de Turim.

Faria 42 anos no dia 9 de Setembro.

O primeiro livro que li de Pavese foi A Praia, na velha – e tão importante! - Colecção de Bolso da Portugália Editora, o menos político dos romances de Pavese. Gostei tanto que o estava a reler  umas três semanas depois para, como sempre, descobrir coisas que me tinham falhado na primeira leitura.

Quando, mais tarde, li Ofício de Viver, dei por mim a murmurar:

Como foi possível?

Mas as razões, cruas e sofridas, estão todas espalhadas pelas suas 389 páginas.

Um comunista solitário,uma intensa vida política e cultural, começou a escrever Ofício de Viver no dia 6 de Outubro de 1935, quando vivia em prisão domiciliária por actividades anti-fascistas mas que mais não tinham sido do que ter escondido umas cartas a pedido de uma mulher que amava, e terminou-o no dia 18 de Agosto de 1950.

Algum tempo antes, 23 de Março de 1938, já deixara escrito:

«Nunca, a ninguém, falta uma boa razão para se matar.»

A 25 de Março de 1949:

«Ninguém se suicida por amor de uma mulher.»

São muitas as mulheres que passaram pela vida de Pavese. Ou não as compreendeu ou o contrário. É toda uma angústia que o acompanha e o marca em cada dia.

A actriz Constance Dowling, foi a sua a última paixão.

Por ela, Pavese suicidou-se.

Quando Soube da sua morte, Constance comentou: 

«Eu não sabia que ele era um escritor famoso.»

Será Ofício deViver o livro de Pavese que nos vai acompanhar pelos tempos mais próximos.

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