quarta-feira, 18 de outubro de 2017

ETECETERA



Estas são as primeiras páginas, de hoje, do Diário de Notícias e do Público.

O Presidente Marcelo abraçado a um velhinho. Os dois choram.

Mera coincidência, mas o sentido de ir ao encontro do que o público gosta de ver, lagrimazinha ao canto do olho, está patente.

Marcelo, como dizia Léo Ferre de si próprio, é um artista de variedades.

Sabe-a toda: anos e anos de exposição mediática dando catequese como comentador político.

Os jornais, as televisões, as rádios, fazem o resto.

O dia trouxe ainda a demissão, a seu pedido, da Ministra da Administração Interna.
António Costa não tinha outro remédio senão aceitar. O Conselho de Ministros do próximo sábado não poderia contar com uma ministra debilitada.

Dado o curto espaço de tempo, o Primeiro-Ministro recorreu ao seu núcleo duro para arranjar um substituto: Eduardo Cabrita, actual ministro adjunto, substituirá Constança Urbano de Sousa.

Uma escolha que aos olhos de muita gente se mostra pouco entusiasmante.

Mas o tempo urge e, por agora, não há espaço para percorrer outros caminhos.

Os partidos que apoiam o Governo são unânimes em afirmar que a mudança de rosto na pasta da Administração Interna, não resolve os problemas de fundo  que há muito existem na prevenção e ataque aos incêndios florestais.

O CDS apresentou uma moção de censura ao governo que será discutida na próxima terça-feira. Moção de censura que será apresentada pelo CDS na quinta-feira visa «António Costa não está à altura para o exercício das funções que desempenha», afirmou Assunção Cristas, a raínha do eucalipto.

Paulo Portas, em Agosto de 2010, disse que « fazer politiquice com os incêndios é imoral e isto é tão verdade para a oposição, mas também para o governo.»

Ao PSD, não lhe restou outra saída, senão declarar que votará favoravelmente a moção do CDS.

Pedro Passos Coelho, nos corredores da Assembleia,c disse aos jornalistas que António Costa deveria pedir a demissão de primeiro-ministro e que o governo não merece uma segunda oportunidade.

Vão ser muito duros os próximos tempos do Governo do Partido Socialista.

O Presidente da República, uma comunicação social hostil, uma oposição a sonhar com eleições antecipadas, não lhe vai dar um minuto de descanso.

Chegou o tempo do grande exame.

PSD

Afastado do partido desde 2014, ano em que foi expulso, António Capucho considera que se o PSD regressar «à sua matriz social-democrata» está pronto voltar a ser militante.

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, será o presidente da Comissão de Honra de Santana Lopes, cuja candidatura à liderança do PSD será oficialmente apresentada no próximo domingo.

Rui Rio, um homem que quando houve falar em cultura fica à beira de um ataque de nervos, em entrevista à TVI, acusou Santana Lopes de abandonar cargos a meio («Não foi candidato em Lisboa porque dizia estar apaixonado pelo trabalho na Santa Casa, criando até um problema ao partido, afinal quatro meses depois vai deixar a Santa casa porque diz estar apaixonado pela liderança do PSD. Eu fico sempre até ao fim») adiantando ainda que Santana está manifestamente à sua direita.

David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação, que foi ministro da educação de Durão Barroso vai coordenar o documento estratégico com que o Rui Rio se apresentará às eleições directas para a presidência do PSD.

A função promete.

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